A Morte do Palácio Mortuário (que antes de o ser, já não o era)
A freguesia de Oleiros há muito que carece de uma Casa Mortuária, projeto que tem vindo a ser sucessivamente adiado.
Contudo, depará-mo-nos há poucos meses com um projeto megalómano que viria suprimir esta necessidade, mas que, simultaneamente viria também contribuir para uma onda de contestação, desagrado e ruína paisagística da zona histórica do centro da Vila.
O Palácio Mortuário que estava pensado e cuja obra começou a ser executada era, do ponto de vista arquitetónico: bonito, mas completamente desajustado pelas suas dimensões e linhagem moderna.
A execução desta aberração, foi um completo disparate, o executivo camarário demostrou uma clara falta de sensibilidade para ouvir e sentir a nostalgia e afetividade de quem naquela zona cresceu, viveu, brincou e namorou pela primeira vez.
Apesar de tudo isto, o executivo pretendeu avançar com este projeto, numa lógica de “Ensaio sobre a cegueira“, contra a vontade popular, que veio agora mostrar a sua força ao conquistar o embargo da mesma!
Tudo não passou de uma “Crónica de uma morte (mais que) anunciada“, o que era evidente, vindo de um Presidente que não é do Concelho, não conhece a sua população e que claramente nunca leu, de Saramago: “As intermitências da morte“, pois, se assim o tivesse feito, perceberia que até a personificação desta, cede ao coração, emoção e nostalgia das suas gentes.
- João Tomaz