EDITORIAL
Em pleno Natal, tenho percorrido as ruas, impotente, fazendo o que é possível – e é tão pouco o que faço – mas não resisto em dizer-Vos de viva vós que este não é o meu país, o país que sonhei e pelo qual lutei.
Afinal, esta classe política (salvaguardadas as excepções que existem felizmente ), deixou pelo caminho os mais indefesos, os pobres, os que não nasceram em berços protegidos.
A vergonha nas nossas cidades é grande, incomoda, mete medo.
Tanta gente a dormir na rua, ao frio, com fome, desempregada.
Arrasaram Portugal, a UE, a Tróika, o Governo e, arrasaram a um ponto tal, que não há solução.
Milhares permanecerão sempre na margem, à margem, não mais voltarão ao trabalho, a ter uma família organizada.
Mas o que mais incomoda é ver tanta criança com fome. As crianças e as famílias das crianças.
Uma vergonha o que se passa em Portugal.
As cantinas das escolas abrem nas férias para dar uma refeição às crianças, mas também às famílias das crianças.
Tenhamos um pouco de decoro.
Façamos um Natal sóbrio, ajudem onde possam, ajudem, é preciso.
Paulino B. Fernandes
Director
