Paulino B. Fernandes
EDITORIAL
Nada fazia prever que em cerca de um ano, o governo viésse a estar em posição insustentável.
É certo que o Primeiro-Ministro que o PSD escolheu era, de entre tantas possibilidades o elo mais fraco e impreparado.
Vitor Gaspar era, contudo um valor que se apresentava seguro.
As sucessivas falhas em todas as políticas desencadeadas, deixaram Vitor Gaspar numa posição de fragilidade e, hoje, a sua aparente serenidade não inspira confiança.
Nem sequer foi preciso ser a oposição a liderar o descontentamento. Bastou a coligação em si e as principais figuras de ambos os partidos e, naturalmente também as oposições para que tudo se tenha invertido.
O governo deixou de inspirar confiança e, manifestamente não tem condições para levar a legislatura até final.
Como sair da crise política ( a outra está instalada) é o problema.
Que pode fazer Cavaco Silva? Deixar andar travando algumas das mais nefastas políticas? Ir mais longe, demitir o governo e avançar para um governo tecnocrata, capacitado, integrando personalidades independentes de reconhecida valia técnica?
Hoje e sábado se começarão a perceber os desenvolvimentos, num momento em que as sondagens dão já o PS a liderar as intenções de votos.
Director