Uma nova reforma agrária
Esta diretiva seria bastante mais eficaz se abrangesse, também , os artigos urbanos, isto é, as inúmeras casas abandonadas por essas pequenas aldeias , as quais fizeram , outrora, parte do património rural, típico, das regiões onde se inserem.
Face à conjuntura atual, uma recuperação criteriosa traria mais valias para a região, não só em termos paisagísticos como em receitas fiscais e, principalmente, em valorização humana.
Já que o Estado deseja criar bolsas de propriedades para fixar jovens agricultores, seria muito animador para um jovem casal adquirir uma habitação, do seu agrado, onde pensa construir a sua nova perspectiva de vida. Refiro-me, sobretudo, às casas de xisto que são procuradas por muita gente mas, que por vezes, se tornam inegociáveis. A razão é: Ou não se conhece o proprietário, ou então existem vários proprietários -herdeiros desavindos – que não se entendem e, por despeito ou vingança, preferem abandonar as casas à mercê do destino, acabando abafadas pelo silvedo à espera da derrocada final, pondo em risco as propriedades contíguas e, em algumas delas, o acesso à via pública.
Ao implementar mais esta medida, o Ministério da Agricultura “matava dois coelhos de uma só cajadada”, e o País só ficava a ganhar!
Que as nossas aldeias voltem a ter Alma!
* Maria Alda Barata Salgueiro
Trata-se, sem dúvida, de uma medida arrojada e inteligente por parte dos actuais responsáveis pelo Ministério da Agricultura que, finalmente, perceberam que para se conseguir criar riqueza no setor primário, é obrigatório começar por resolver os problemas de fundo das nossas áreas rurais – o crescente abandono das terras agrícolas, provocado pela emigração constante e prolongada .